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quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Projeto de lei do Senado tenta modificar o Marco Civil


O Marco Civil está em vigor desde junho, mas o Senado já estuda projetos de lei que modificarão o funcionamento da “Constituição da Internet”. O PL 180, que você pode conferir clicando aqui, proposto pelo parlamento propõe reformas nos artigos 2º, 3º, 5º, 7º, 10, 12, 13, 15 e 21, além do acréscimo de novos artigos.

O projeto, assinado pelo senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), tem a finalidade de restringir as autoridades que tem acesso a dados privados do cidadão, entre outros fins.
“Em relação ao requerimento de guarda de dados por mais tempo do que o legal, a ser feito pelo Delegado ou Ministério Público, a lei complica a vida destas autoridades, exigindo que tal requerimento seja judicial”, explica o advogado especialista em direito digital José Antonio Milagre. Atualmente, o texto original da Lei dá a entender que o pedido deve ser direto ao provedor, acrescenta ele.

No artigo 21, o projeto de lei também amplia a possibilidade da remoção de conteúdo imediato após pedidos de pessoas. Atualmente, a lei prevê que os provedores devem remover o material sem necessidade de intervenção jurídica apenas em caso de publicação de material de cunho sexual que ofenda a vítima. A reformulação amplia o artigo para “qualquer conteúdo que viole a dignidade da pessoa humana”, o que Milagre considera um problema por ser algo muito subjetivo.

O PL 180 também propõe a criação do artigo 21A, que desonera sites e blogs sobre o conteúdo publicado por terceiros nos comentários. O objetivo é impedir que os geradores de conteúdo sejam notificados pelo conteúdo gerado pelos seus usuários. Por exemplo: se um comentário considerado ofensivo a algum político for postado nos comentários de um post do Olhar Digital no Facebook, a solicitação de remoção não deve ser encaminhada para os responsáveis pela página. O caminho a ser feito será o da justiça para que ela decida se a rede social, e não o Olhar Digital, deve excluir o post. A justificativa é que o Marco Civil originalmente protege bem as grandes empresas contra solicitações arbitrárias, mas abre a brecha para notificação judicial do gerador do conteúdo.

Além disso, o artigo 23-A também propõe que o provedor de serviços deverá oferecer um sistema próprio para recebimento de denúncias e solicitações de usuários, de acordo com José Milagre.


quinta-feira, 24 de abril de 2014

Veja 5 argumentos de Dilma a favor do Marco Civil da Internet

Além de garantir que as operadoras não têm como burlar a neutralidade da rede instituída pelo Marco Civil (veja aqui), a presidente Dilma Rousseff usou seu Facebook hoje para fazer vários comentários positivos sobre a chamada "constituição" da internet, sancionada por ela nessa quarta-feira, 23.

Dilma também aproveitou para responder a quem considera a nova lei uma abertura para a censura: "Podemos atribuir isso ao próprio conservadorismo das pessoas. É o argumento de que seria uma intervenção indevida."

Confira alguns comentários:

1) O Marco Civil nos coloca na vanguarda, na proteção dos direitos dos usuários da internet e na garantia de que o usuário brasileiro tem e terá o direito de acessar, a partir de agora, qualquer conteúdo. É bom lembrar um ponto importante do Marco Civil, que é a aplicação da legislação brasileira. A partir de agora, qualquer dado coletado no Brasil, pouco importando se por empresa brasileira ou estrangeira, está sujeito à legislação brasileira. Com isso se assegura a soberania da legislação sobre os dados coletados e se protege o consumidor nacional.

2) Sem sombra de dúvida, nosso Marco Civil é a legislação mais avançada no mundo. Isso foi reconhecido por todos os líderes que se pronunciaram ontem. Sir Tim Berners-Lee, o CEO da ICANN, Fadi Chehadé, o Vint Cerf, vice-presidente do Google e um dos inventores do protocolo TCP/IP, e a Nnenna Nwakanma, representante da sociedade civil e participante da fundação pelo software aberto África.

3) O Marco Civil da Internet assegura, como regra, que só se pode retirar conteúdo da rede com ordem judicial, evitando a censura, privada ou governamental. No caso, as únicas exceções no Marco Civil, no que se refere à exigência de medidas judiciais para retirada de conteúdo, são materiais com cena de nudez ou ato sexual de caráter privado. O intuito é de proteção, em especial de mulheres, com privacidade violada pelos parceiros.

4) O Marco Civil vai beneficiar muito o consumidor e o usuário. Primeiro, pelo que já dissemos sobre a neutralidade. Segundo, garante a privacidade e a liberdade de expressão. E uma coisa importante: o Marco Civil tem por objetivo a promoção da universalização da internet, ou seja, o acesso por todos. Para tanto, o governo está desenvolvendo um programa nacional de banda larga para aumentar a capacidade e melhorar a qualidade, como já dissemos antes.

5) Há uma opinião unânime entre especialistas e usuários da internet em todo o mundo que a aprovação do Marco Civil pelo Congresso brasileiro foi um avanço histórico. O criador da web, Sir Tim Berners-Lee, considerou o Marco Civil “um presente para a web em seu 25º aniversário”. Isso porque o Marco Civil assegura a liberdade de expressão, a privacidade do indivíduo e o respeito aos direitos humanos. Estabelece a governança democrática, multissetorial, multilateral e aberta, exercida com transparência, estimulando a criação coletiva e a participação da sociedade, governos e setor privado. Assegura a universalidade, base do desenvolvimento social e da construção de sociedades inclusivas, não discriminatórias. Estabelece a diversidade cultural sem imposição de crenças, costumes e valores. Assegura a neutralidade da rede pois garante que um provedor de conexão não pode interferir no conteúdo que o usuário queira acessar, tornando inadmissível restrições por motivos políticos, econômicos, religiosos ou de qualquer outra natureza.



Dilma descarta projeto para estabelecer datacenters no País

 Um dia após ter sancionado o Marco Civil da internet, lei que estabelece um conjunto de direitos e deveres dos usuários da rede no Brasil, a presidente Dilma Rousseff usa a página do Palácio do Planalto no Facebook na manhã desta quinta-feira para tirar dúvidas sobre a nova legislação. A ação da presidente faz parte da estratégia de comunicação que dedica mais espaço à internet e ao contato direto da presidente com a população.
Dilma descartou a possibilidade de o governo criar uma nova legislação para reter dados de brasileiros no Brasil. A proposta constava no texto do Marco Civil enviado ao Congresso, mas foi derrubada durante a tramitação na Câmara dos Deputados. Ventilou-se, no entanto, que o governo retomaria o assunto por meio de outro projeto de lei.
“O governo não irá insistir em outra legislação para implantar datacenters no país. Consideramos superado esse debate pelo parágrafo 3º do artigo 11, justamente a obrigação para os provedores de conexão e aplicação de cumprir a legislação brasileira, referente à coleta, guarda, armazenamento ou tratamento de dados”, afirmou a presidente em resposta a uma das indagações no Facebook.
Em troca, o governo aceitou recuar do artigo que determinava a instalação de bancos de dados no Brasil para arquivamento de informações sobre brasileiros. A solução para a retirada do artigo implicou em um reforço de outro ponto da lei que estabelece a vigência da legislação brasileira sobre dados de brasileiros – o artigo ao qual a presidente se referiu na resposta.
Em outra resposta, Dilma afirmou que o Marco Civil coloca o Brasil em posição de vanguarda e reiterou que “qualquer dado coletado no Brasil, pouco importando se por empresa brasileira ou estrangeira está sujeito a legislação brasileira”. “Com isso se assegura a soberania da legislação sobre os dados coletados e se protege o consumidor nacional”, afirmou a presidente.
A presidente também negou que os armazenamento de dados afete a liberdade individual e afirmou que o decreto que vai regulamentar a nova legislação de internet será amplamente discutido. “É vedado às empresas e aos governos a violação da privacidade de dados, seja no que se refere a pessoas, no que se refere às empresas, e ao governo”, disse a presidente. “(O decreto) será discutido amplamente pela internet e com toda a sociedade para que nós possamos aprimorar cada vez mais esse dispositivo que assegura a privacidade e coibindo eventuais abusos”, acrescentou.
O Marco Civil tramitou por menos de um mês no Senado depois de passar quase três anos na Câmara. A pressa pela aprovação do projeto atendeu a um apelo do Palácio do Planalto, que pretendia justamente apresentar a nova legislação no evento NetMundial. Dilma propôs sediar o encontro no Brasil depois das denúncias de espionagem por agentes americanos contra autoridades e usuários brasileiros, entre as quais a própria presidente.
Entenda o que mudaO foco principal do Marco Civil é a chamada "neutralidade de rede". Teoricamente, isso significa que todas as informações que trafegam na internet devem ser tratadas da mesma forma. Com ela, o internauta tem acesso garantido a qualquer tipo de conteúdo online, com a mesma velocidade, sem interferências e sem precisar pagar mais nada além da velocidade de conexão.
No entanto, o governo precisou mexer no ponto que previa a regulamentação das exceções da neutralidade da rede. Pelo texto, a Presidência da República decidiria, por meio de decreto, a degradação ou discriminação de dados em duas situações: quando indispensável para melhorar a prestação de serviços ou priorizar serviços de emergência. Por exemplo, vídeos ao vivo ou cirurgias por videoconferência ganham um tratamento melhor de conexão que e-mails.
O relator do projeto, deputado Alessandro Molon (PT-RJ), alegava que a criação de novos serviços na internet exigia uma regulamentação mais rápida, e não poderia depender do Legislativo e de alterações na lei. Após reuniões com lideranças partidárias, o governo aceitou incluir no texto a previsão de que a Agência Nacional das Telecomunicações (Anatel) e o Comitê Gestor da Internet (CGI) sejam ouvidos para a elaboração de decretos.
Privacidade O texto prevê que os registros de conexão dos usuários devem ser guardados pelas empresas de internet por um ano, sob total sigilo e ambiente seguro. As informações guardadas deverão ser apenas referentes ao IP, data e hora inicial e final da conexão, sem informações adicionais sobre o usuário, a não ser em casos de ordem judicial. Mas para algumas organizações de mídia e de defesa do consumidor, a obrigatoriedade de manter os dados guardados vai incentivar os provedores a utilizá-los comercialmente. No caso das redes sociais, o usuário terá o direito de pedir a exclusão definitiva dos seus dados quando encerrar seu perfil.
ConteúdoA lei define que conteúdos publicados pelos internautas só serão retirados após ordem judicial. A exceção vale para conteúdos que violem uma matéria penal, como pedofilia, racismo ou violência. O objetivo é que isso evite que um material que possa causar riscos a algum usuário fique no ar enquanto aguarda a decisão da Justiça. A decisão judicial também não vale para conteúdos que envolvam direitos autorais, o que pretende combater principalmente a pirataria de músicas, filmes e livros na web. 

 Via: Terra

terça-feira, 15 de abril de 2014

Pegadinhas do Marco Civil da Internet #MarcoCivil














O Marco Civil da Internet está cheio de pegadinhas que o tornam um verdadeiro Cavalo (ou “Burro”) de Tróia.

É fundamental pressionarmos os senadores para que os parágrafos 3° e 4° do artigo 19 sejam removidos, já que poderiam instaurar um serviço de censura expressa na internet brasileira.

Além disto, temos que exigir o fim da possibilidade do presidente da república instituir o Traffic Shaping por decreto, ou comprometer a Neutralidade da Rede.

Temos que exigir tb o fim da obrigatoriedade de registro, para os provedores de acesso a internet ou empresas de aplicativos de internet, dos dados de acesso dos usuários pelo prazo de 1 ano e 6 meses respectivamente.

O texto está em tramitação no senado e poderá ser votado ainda em abril de 2014. Portanto, é fundamental que os senadores seam pressionados para modificar esses pontos bastante perigosos do Marco Civil.


A lista de telefone e email de todos os Senadores pode ser acessada através do link a seguir:
http://www.senado.gov.br/senadores/

Deixe seus comentários ou perguntas no portal e-cidadania (do Senado):
http://www12.senado.gov.br/ecidadania…

Para mais informações e detalhes sobre a fragilidade do Marco Civil da Internet, acesse:
http://www.canaldootario.com.br/blog/…


Fontes e links úteis

Texto completo do Marco Civil da Internet — PLC — Projeto de lei da Câmara N°21, de 2014 (n°2.126/2011 na casa de origem)

http://www.senado.gov.br/atividade/ma…

Os próximos passos do Marco Civil da Internet

http://www.cartacapital.com.br/politi…

segunda-feira, 31 de março de 2014

Empresas de tecnologia são a favor do Marco Civil

 empresas de tecnologia se posicionaram positivamente em relação à aprovação do Marco Civil da internet, projeto que visa regulamentar o uso da web no País, estabelecendo obrigações para os prestadores de serviços e esclarecendo os direitos dos internautas. O texto foi aprovado pela Câmara dos Deputados na última terça-feira, 25, e ainda precisa passar pelo plenário do Senado e, a seguir, segue para a sanção presidencial.
Em depoimento ao Terra, a Microsoft, o Facebook, o Twitter e o Google disseram ser favoráveis ao Marco Civil. Todos reforçaram a importância do projeto para os internautas e para o Brasil. “A aprovação do Marco Civil é de fundamental importância, posicionando o Brasil entre as nações com legislação de internet mais modernas no mundo”, disse a Microsoft em comunicado.
 Foto: Getty Images
Foto: Getty Images
“Nós sempre apoiamos abertamente o Marco Civil da internet, resultado de um rico debate que levou a um projeto de lei moderno, composto de princípios reconhecidos globalmente”, afirmou o Google. O Twitter também apoiou o projeto e a intenção dele de proteger os valores de liberdade de expressão, desenvolvimento social e inovação econômica, enquanto o Facebook reforçou a importância de o Marco Civil estimular a “consolidação de uma rede aberta”.
Comemoração unânime

A aprovação do Marco Civil também foi comemorada pelas operadoras de telefonia móvel. Em nota, o sindicato do setor, o SindiTelebrasil, disse ter recebido a notícia de forma positiva. Ele reforçou a mudança feita no texto original sobre o ponto da neutralidade de rede. No projeto original, os provedores de serviços não poderiam oferecer planos de acesso com limitação de conteúdo. Mas as teles alegaram que esse ponto impediria a venda de pacotes de dados com velocidades diferentes de internet, e o artigo foi alterado.

“O texto aprovado, mesmo não sendo em sua totalidade a proposta que o setor considera ideal para a sociedade, assegura que seja dada continuidade aos planos existentes e garante a liberdade de oferta de serviços diversificados para atender aos diferentes perfis de usuários”, defendeu o sindicato em nota.
O Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI) considerou a aprovação do Marco Civil “um grande avanço para a proteção dos direitos civis constitucionais dos brasileiros”. O CGI também reiterou seu posicionamento em alguns aspectos do projeto, entre eles, defendeu a liberdade de expressão, a privacidade das pessoas e o respeito aos direitos humanos na web, além da neutralidade de rede.
“Filtragem ou privilégios de tráfego de dados devem respeitar apenas critérios técnicos e éticos, não sendo admissíveis motivos políticos, comerciais, religiosos, culturais, ou qualquer outra forma de discriminação ou favorecimento”. O CGI e a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) serão ouvidos na criação de decretos que determinam as exceções de neutralidade de rede. 

Via: Terra

sexta-feira, 28 de março de 2014

"Internautas vão sentir diferença com o Marco Civil", diz Molon


São Paulo (AE) - ENTREVISTA Alessandro Molon, deputado federal (PT-RJ) e relator do projeto Há muitas dúvida e desinformação entre os usuários de internet sobre o projeto. O Marco Civil vai afetar a vida dessas pessoas?

ALESSANDRO MOLON - O Marco Civil se tornando lei fará uma enorme diferença para todo internauta brasileiro, com destaque para a conquista de novos direitos. Lamento as desinformações divulgadas e garanto que todo temor que existe sobre censura ou controle cairá por terra quando todos entenderem o conteúdo do projeto. Trata-se de um projeto que assegura a liberdade que o usuário já tem na web.

E agora tem o Senado...


ALESSANDRO MOLON - Todo tempo que foi gasto na Câmara reduz o tempo dele no Senado. É muito grande a possibilidade de ele ser votado rapidamente lá. O ideal é que fosse votado antes da conferência internacional (23 e 24 de abril, em São Paulo). Isso consolidaria a posição do Brasil no campo da internet no cenário internacional. Mas o Senado é que sabe da sua própria agenda.

Passado tanto tempo, o projeto ainda é de vanguarda, como disse Tim Berners-Lee (criador da web) em 2013?

ALESSANDRO MOLON - O projeto continua à frente. Mais recentemente ele escreveu da Inglaterra sobre o Marco Civil novamente. A manifestação dele é importante e reflete a verdade. O Brasil está na vanguarda e vai influenciar o mundo inteiro. Fico esperançoso sobre esse papel que o Brasil está exercendo.

Acredita que o tema sobre data centers será de fato retomado?

ALESSANDRO MOLON - Foi um gesto positivo do governo em concordar com a sua retirada do texto, visando permitir uma discussão mais tranquila. Isso não traz prejuízo para essa questão no Brasil e no mundo. Mais, vai permitir que o assunto tenha mais tempo de ser debatido no mundo todo e, assim, ver se esse é o melhor caminho ou se há outras formas de se chegar ao mesmo fim.

Via: Tecmundo

quinta-feira, 27 de março de 2014

Senado diz que vai analisar Marco Civil em 'curtíssimo' tempo

O presidente do Senado disse nesta quarta-feira (26) que a Casa analisará em “curtíssimo espaço de tempo” o Marco Civil da Internet, aprovado na noite desta terça-feira (25) pela Câmara dos Deputados.
O projeto, que tramitou por três anos na Câmara dos Deputados, ainda terá de ser aprovado pelos senadores para que tenha validade. Segundo o presidente do Senado, não há “absolutamente nenhuma” possibilidade de o Senado ficar tanto tempo com o texto.
“Isso não vai acontecer no Senado. Por isso vamos conversar para que tenhamos num curtíssimo espaço de tempo uma solução”, disse o presidente, que garantiu que a Casa tratará o projeto com “absoluta celeridade”.
Governo tem interesse na aprovação do Marco Civil da Internet pelo Senado antes da conferência internacional sobre governança na internet, que será realizada em São Paulo, em 23 e 24 de abril. A intenção é que o Marco Civil vire lei antes do evento.
“Vamos conversar hoje mesmo com o presidente da CCJ para que concluamos a apreciação do Marco Civil antes de chegarmos ao período das eleições”, declarou Calheiros em entrevista no Senado.

quarta-feira, 26 de março de 2014

Tramitação do Marco Civil será rápida no Senado

Marcello Casal Jr/ABr
O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo
Paulo Bernardo: “Achei a aprovação excelente. O resultado foi muito bom, com um projeto equilibrado”, disse o ministro das Comunicações sobre a aprovação do Marco Civil da Internet

Brasília - O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, disse estar confiante de que a tramitação do Marco Civil da Internet no Senado será célere por ter sido “exaustivamente discutido” na Câmara dos Deputados.
Paulo Bernardo considerou o resultado da votação de ontem (25) “muito bom”, apesar da retirada de alguns pontos que ele defendia, como a obrigatoriedade de os data centers (centrais de armazenamento de dados) de provedores de conexão e aplicações de internet ficarem em território nacional.
“Achei a aprovação excelente. [O projeto] foi muito discutido, talvez com mais estresse do que a maioria dos projetos que tramitam aqui [na Câmara]. Mas o resultado foi muito bom, com um projeto equilibrado”, disse ao chegar à Câmara dos Deputados, onde participa de audiência pública na Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática.
Segundo o ministro, as dificuldades para aprovação na Câmara podem resultar em algumas facilidades para aprovação no Senado. “O fato de ter sido aprovado pela Câmara já é algo fantástico a ser noticiado para todo o mundo. Havia especialistas do mundo inteiro acompanhando a votação. O Senado terá também o seu tempo. Mas como o projeto foi exaustivamente discutido na Câmara, tem mais chance de logo ser votado no Senado”, disse Paulo Bernardo.
O ministro disse ainda que o Executivo vai pedir agilidade na tramitação. “Mas isso não quer dizer que tenha que ser discutido com tranquilidade. Como já foi muito discutido na outra Casa, tem muito senador que já vem discutindo o assunto e participando do debate, que está mais maduro agora”, disse.
Paulo Bernardo avalia que o prazo de 45 dias é suficiente para a tramitação no Senado. A partir de então, a pauta será trancada por causa das eleições. “É um prazo suficiente porque o projeto já é conhecido. Até os embates e brigas na Câmara ajudarão na tramitação”, concluiu.

Via: Exame

Câmara aprova o Marco Civil da Internet

Depois de cinco meses trancando a pauta, o Marco Civil da Internet PL 2126/11, do Executivo) foi aprovado em votação simbólica pelo plenário da Câmara dos Deputados. As últimas alterações promovidas no texto pelo relator, deputado Alessandro Molon, fruto da negociação do governo com as bancadas dos diversos partidos da base aliada e da oposição, garantiram apenas um voto contrário, da bancada do PPS.
Os principais pontos do Marco Civil são a garantia da liberdade de expressão, a proteção à privacidade e a neutralidade de rede, princípio que garante o tratamento igualitário dos usuários e proíbe o privilégio no tráfego de dados de algum serviço ou conteúdo.
Entre as alterações feitas por Molon na última hora, que permitiram o acordo para aprovação, estão: (1) a retirada da obrigatoriedade de empresas estrangeiras manterem data centers para armazenamento de dados do País;  (2)a determinação de que o decreto que regulamentará as exceções à neutralidade seja feito depois de o governo ouvir a Anatel e o Comitê Gestor da Internet; (3) a garantia de que as empresas estrangeiras que ofereçam serviços ao público brasileiro estarão sujeitas às leis nacionais; (4) a inclusão, a pedido da bancada feminina, do artigo 21 que proíbe a chamada "pornografia de vingança", quando parceiros divulgam imagens íntimas das mulheres em redes sociais e outros sites; (5) e, por fim, a dar aos pais liberdade de escolha de mecanismos de controle parental para impedir que as crianças acessem conteúdo impróprio.
Antes da votação e após a leitura das mudanças feitas por Molon,  o PMDB, o DEM e o PSDB retiram todas as emendas feitas ao projeto. 
A decisão da bancada do PMDB foi tomada em uma reunião na tarde de hoje, onde foi decidido o voto favorável ao projeto.  Segundo o líder do partido, deputado Eduardo Cunha (RJ), que ficou encarregado de negociar a votação da proposta, o PMDB mudou de posição em função das mudanças feitas no texto pelo deputado Alessandro Molon. E o entendimento de que era importante para o país ter  "um rascunho de legislação" para apresentar durante da conferência internacional sobre governança da Internet, que acontece em São Paulo, no mês de abril.
texto aprovado segue agora para votação no Senado.

Via: IDGNow

Texto do Marco Civil: direitos e deveres de quem usa a internet é aprovado no Câmara Federal

Resumo do que aconteceu ontem...

A bancada do PMDB, reunida na tarde de hoje (25) decidiu votar favoravelmente ao projeto do Marco Civil da Internet.

Segundo o líder do partido, deputado Eduardo Cunha (RJ), que ficou encarregado de negociar a votação da proposta, o PMDB mudou de posição em função das mudanças feitas no texto pelo deputado Alessandro Molon (PT-RJ), relator da matéria.

Eduardo Cunha informou, ainda, que o PMDB retirou todos os destaques e emendas que havia apresentado ao texto apresentado por Molon.

O PMDB continua tendo posição contrária ao Artigo 20, que estabelece que os provedores só serão considerados responsáveis por publicações ofensivas postadas, caso descumpram ordem judicial que determine a retirada do conteúdo.

Cunha disse que se algum partido apresentar destaque para retirar o artigo do texto, o PMDB votará a favor.

O projeto do Marco Civil da Internet deverá ser votado hoje pelo plenário da Câmara. Depois será encaminhado à apreciação do Senado Federal.

A proposta está tramitando em regime de urgência e vem trancando a pauta de votações da Câmara desde o ano passado.

quarta-feira, 19 de março de 2014

Henrique Alves:‘Não adianta guerrilha do governo, não pautarei Marco Civil’

Sérgio Lima/Folha
A noite passada foi tensa em Brasília. Sem consenso, o governo decidiu votar o projeto do Marco Civil da Internet nesta quarta-feira. Quer fazer isso na base do vai ou racha. Mesmo que rachado. Em conversas telefônicas com os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça) e Ideli Salvatti (Relações Institucionais), o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, desaconselhou. Foi ignorado. Ouvido pelo blog perto das duas da madrugada, o deputado desabafou:
“O governo quer porque quer votar o Marco Civil nesta quarta-feira. Informei que não tem condições, porque vários partidos decidiram obstruir a votação. Não quiseram me ouvir. A Ideli e a turma dela pressionam os líderes e acham que vão conseguir. Tenho informações que o governo não tem. Ou estão desinformados ou não confiam no presidente da Câmara. Não sou sabotador. O governo erra novamente. Só não vai errar mais porque não vou deixar. Quem faz a pauta é o presidente da Casa. Não adianta o governo se esgoelar, pressionar ou fazer guerrilha. Não vou pautar o Marco Civil agora, só na próxima terça-feira.”
Henrique Alves acrescentou: “Hoje, o governo tem um enfrentamento com o PMDB. Quando a crise começa a serenar, querem enfrentar o presidente da Câmara. Pra quê? Estabelecer uma relação de desconfiança com um parceiro e aliado como eu não é, definitivamente, um bom caminho. Em vez de reduzir, estão querendo alastrar a crise. Não quero brigar com ninguém. Mas não há hipótese de votar o Marco Civil nesta quarta-feira.”
Ironicamente, o presidente da Câmara promovia um jantar de pacificação na sua residência oficial quando recebeu a informação de que o Planalto decidira enfrentar o pedaço rebelado do bloco governista e as legendas de oposição. Participavam do encontro deputados do PT e do PMDB, entre eles o líder da bancada peemedebista, Eduardo Cunha, desafeto de Dilma Rousseff. Estava presente também o vice-presidente Michel Temer. O anfitrião conversou com o repórter depois de se despedir dos seus convidados.
Durante o jantar, Henrique Alves recebeu uma ligação de Ideli Salvatti. A ministra lhe disse que o governo reunira votos suficientes para aprovar o Marco Civil da Internet. Foi alertada para o fato de que uma obstrução suprapartidária impediria a apreciação do projeto. Ideli deu de ombros. Junto com José Eduardo Cardozo, ela participara de uma reunião noturna com parte dos líderes do consórcio governista, no Ministério da Justiça.
Estiveram com os dois ministros os líderes de cinco legendas: PT, PTB, Pros, PSD e PCdoB. Nesse encontro, os negociadores de Dilma concordaram em retirar da proposta um dos artigos que despertam polêmica. Trata-se do trecho que obriga empresas de internet a manter no Brasil os chamados ‘datacenters’, onde ficam armazenados os dados dos usuários da web. Mas não aceitaram recuar em relação ao pedaço do texto que dá ao governo poderes para regulamentar, por decreto, as regras sobre a neutralidade na web. Os líderes concordaram. E o governo estimou-se que, peitando o PMDB e outros aliados rebeldes, prevaleceria no plenário da Câmara com algo em torno de 270 votos.
Para Henrique Alves, trata-se de uma ilusão. “O governo não tem as informações que eu tenho. Eles só têm os dados daqueles que querem agradar ao governo. Quando conversarem direito com o presidente da Câmara, que tem informações de todos os lados, saberão que é impossível votar. Não digo isso porque quero. Digo porque é a realidade. Se eu soubesse que há chances de votar, ganhando ou perdendo, eu pautaria. Dane-se o resultado, cada um que assuma as consequências. Mas, como sei que haverá obstrução, não posso submeter a Câmara a mais esse desgaste. Quero ajudar o governo, mas eles não deixam. Se insistirem, passarão por derrotados. Desnecessariamente.”
Depois de Ideli, também o ministro da Justiça tocou o telefone para Henrique Alves. Cardozo insistiu na tese segundo a qual o governo reuniu infantaria suficiente para aprovar o projeto. O interlocutor convidou-o para uma reunião com os líderes de todos os partidos. A conversa foi marcada para as 9h desta quarta-feira. “Espero que mudem de ideia”, disse o presidente da Câmara ao repórter. “Do contrário, terão o desprazer de ouvir de pelo menos seis partidos, que vão fazer obstrução.”
Embora tenha encerado sua reforma ministerial e reativado o balcão das emendas orçamentárias, o Planalto ainda não conseguiu desativar completamente o chamado blocão, que reúne os partidos governistas rebelados. À tarde, para surpresa do governo, o líder do PMDB, Eduardo Cunha, reunira-se com os comandantes das bancadas do PTB, PR e PSC, além do oposicionista Solidariedade. Imaginava-se que pelo menos o PTB e o PR já haviam desembarcado do motim.
“Sei que não há chance de votar porque vários partidos decidiram obstruir a sessão”, afirmou Henrique Alves, antes de enfileirar os adeptos do bloqueio: “PMDB, PSB, PSDB, DEM, PPS, PSOL…” Pelas contas de Henrique Alves, a turma da obstrução reúne algo como 200 votos. Para complicar, diz ele, o governo não terá nem a totalidade dos votos dos partidos que imagina ter reconquistado.
“Eles não sabem, mas eu sei. Se houvesse a sessão, alguns líderes, por pressão, encaminhariam a votação numa direção. Mas suas bancadas iriam noutro sentido. Dependendo do caso, metade ou um terço não acompanha o encaminhamento do líder. Muitos nem comparecerão ao plenário, negando quórum.”
Henrique Alves disse esperar que os deputados petistas que estiveram em sua residência na noite passada contribuam para desaquecer a atmosfera política. Entre os convivas do presidente da Câmara estavam o antecessor Marco Maia (PT-RS); o atual vice-presidente da Casa, André Vargas (PT-PR); o ex-líder do governo Lula, Cândido Vaccarezza (PT-SP); e o ex-presidente do PT federal, Ricardo Berzoini (SP). “Todos sabem que não tenho plano B, nem plano C de Campos. Sou Dilma e Michel. Partindo dessa premissa, não há razão para desconfiança.”
Na opinião de Henrique Alves, se tiver a paciência de esperar até terça-feira, o governo não perde por esperar. Ganha. “Podemos aprovar o Marco Civil por consenso, sob aplausos de todo mundo. Digo isso porque sei que até a semana que vem o PMDB pode ser convencido a votar, confio que será possível evitar a obstrução a oposição. Se abandonarem esse plano guerrilheiro do Planalto, podemos fazer hoje uma sessão de discussão. Na terça-feira, entraríamos direto na votação. Mas, se insistirem no enfrentamento, não vou pautar nem a discussão.”

Via: uol

sábado, 15 de março de 2014

Texto alternativo do Marco Civil acaba com neutralidade da rede


Principal combatente do Marco Civil da Internet (PL 2126/11) na Câmara dos Deputados, o PMDB apresentou um texto alternativo ao projeto para tentar acabar com a garantia de neutralidade da rede – justamente um dos principais pontos do PL.

A neutralidade impede que operadoras criem pacotes diferentes de acordo com o uso que se faz da rede. Quem usa serviços de streaming, por exemplo, poderia pagar mais, enquanto quem só usa redes sociais e e-mails, pagaria menos. As operadoras seriam favorecidas com essa diferenciação, mas os provedores de conteúdo, não.

O líder do PMDB na Casa, Eduardo Cunha (RJ), é um dos nomes mais fortes no chamado "blocão", um grupo de deputados que aplicou várias derrotas ao governo durante a semana,pressão que fez com que o Marco Civil saísse da pauta para só voltar na próxima semana. Em entrevista ao UOL, ele informou que a intenção principal é votar pela rejeição do projeto; "se não for rejeitado, vamos discutir a emenda", afirmou.

O novo texto também tira da Presidência a competência de regulamentar exceções ao Marco Civil e joga a responsabilidade para a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). A medida, assim como a que acabaria com a neutralidade, agrada as operadoras.

Outro ponto polêmico do Marco Civil atacado no texto do PMDB é o que prevê a construção de centros de dados para armazenar informações em território nacional, medida proposta em resposta às denúncias da espionagem dos Estados Unidos. Essa questão, entretanto, já estava prevista para ser votada separadamente, segundo o deputado Alessandro Molon (PT-RJ), relator do PL 2126/11.


sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Marco Civil deve ficar para depois do Carnaval, diz Alves

Foto Pamp/flickr
marco civil
O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), disse hoje (20) que a votação do Marco Civil da Internet (PL 2.126/11) deve ficar para depois do Carnaval.
O texto está trancando a pauta da Casa desde outubro do ano passado. Alves argumentou que a matéria é complexa e vai aguardar um consenso em torno da proposta, que determina os direitos e deveres de usuários e provedores de internet.
"São muitas posições pró e contra; e é um texto que, a meu ver, tem que ter um consenso na Casa, pela sua repercussão, pela sua importância", disse o presidente. Na abertura dos trabalhos legislativos, Alves disse que o marco civil é um dos projetos que exige forte negociação para ser aprovado.
Desde o início dos trabalhos legislativos, o debate e votação do projeto vem sendo adiado. Ontem (19), estava previsto o debate do texto, lido pelo relator do projeto, deputado Alessandro Molon (PT-RJ), na semana passada. Mas o PMDB e o PP obstruíram a sessão.
O principal motivo das divergências é o ponto que trata da neutralidade da rede, princípio pelo qual os provedores de conexão não podem restringir acesso a conteúdos privilegiando alguns acessos em detrimento de outros. O PMDB questiona o princípio e disse que vai votar contra.
Ativistas consideram que a retirada do princípio pode colocar em risco o acesso livre aos conteúdos da internet.
Outra polêmica é sobre a obrigatoriedade para que os provedores de conexão mantenham centrais de dados (data centers) instalados no país, como forma de garantir segurança aos dados dos usuários brasileiros. O DEM critica este ponto.
O Marco Civil da Internet tramita em regime de urgência a pedido do próprio governo. Por falta de consenso, a proposta não foi votada no ano passado e é o primeiro de uma lista de cinco projetos do Poder Executivo com urgência constitucional, que trancam a pauta da Câmara dos Deputados.

Via: INFO

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

#MarcoCivil: artigo sobre vingança pornô mira aqui e acerta acolá

Recentemente, a Califórnia aprovou uma das primeiras leis do mundo (a SB 255)  contra o que chamam de “Revenge Porn”, ou “pornô de vingança”, que diariamente vem fazendo novas vítimas mundo afora, graças ao avanço das tecnologias de informação e comunicação. Hoje qualquer um pode produzir imagens e disseminá-las na Internet. Resultado: mais e mais pessoas tendo suas vidas expostas.

A pornografia de vingança já virou até tema de novela da Globo. Em Malhação, Antônio grava a primeira noite de amor de Ben e Anita e, para comprometer Ben, divulga o vídeo na Internet. A mãe de Anita age para retirar o vídeo do ar.

Tendo em vista os recentes fatos tristes envolvendo o suicídio de jovens moças que tiveram imagens suas de cenas privadas de atos sexuais indevidamente divulgadas na rede ou em aplicativos de celular, desde sua penúltima versão o texto atual do Marco Civil da Internet ganhou um artigo, o de número 22, que responsabiliza o provedor de aplicações que disponibilize “imagens, vídeos ou outros materiais contendo cenas de nudez ou de atos sexuais de caráter privado sem autorização de seus participantes”, subsidiariamente (apenas se a pessoa que divulgou o conteúdo não puder responder), após o recebimento de mera notificação por parte da vítima, sem a necessidade de ordem judicial.

Outra novidade em relação a versões anteriores do texto do Marco Civil é a possibilidade de uso dos juizados especiais em causas que pedem o ressarcimento por danos causados por conteúdos relacionados à honra, à reputação ou a direitos de personalidade divulgados na internet sem autorização da vítima.

Ninguém nega a importância do problema tratado por esses dispositivos no Marco Civil. Mas a forma como o artigo 22 foi regido vem preocupando ativistas das liberdades na Internet. E há quem ainda veja brechas mesmo depois de mudanças feitas pelo relator na última terça-feira, no sentido de tentar deixar mais claro que apenas a vítima ou o seu representante legal.

De acordo com o jurista e fundador do Partido Pirata do Brasil, Paulo Rená, o uso do termo “ofendido” infelizmente permite que terceiros, e não exclusivamente a vítima e seu representante legal, notifiquem o provedor, o que segundo ele abre uma porta dos fundos enorme para a censura de quaisquer conteúdos considerados “ofensivos”. A ofensa é subjetiva. O que pode ser ofensivo para um, pode não ser para outro. Está ai o Facebook para comprovar. Quantas cenas de nus em obras de arte já foram retirados do ar sumariamente pela rede social por, no entendimento do Facebook, infringirem os seus termos de uso? O próprio Partido Pirata chegou a sofrer uma censura no final do mês de janeiro.
A argumentação vai além. Vejamos.

Esta é a redação do artigo 22 apresentada no dia 12 de fevereiro:


De acordo com Paulo Renpa, há 2 problemas: 1) quem pode notificar e 2) qual direito pode ser objeto de proteção por meio dessa medida que independe de ordem judicial.


Apesar de reconhecer que a nova redação realmente tente deixar claro que a notificação não pode ser feita por qualquer pessoa, o ativista alerta que o termo escolhido, “ofendido”, na verdade deixa espaço para que a notificação seja feita, sim, por qualquer pessoa. Na interpretação dele, pessoas com postura mais pudica, por exemplo, poderiam se alegar “ofendidas” e mandar censurar uma foto jornalística de um protesto da marcha das vadias.

Molon argumenta que esse risco está afastado pelo simples fato do artigo 22 exigir que a notificação contenha necessariamente elementos que permitam a identificação específica do material apontado como violador de direitos da vítima, tal como o link para a página na Internet na qual o material foi disponibilizado.

Mas Rená discorda. Na opinião dele, o ideal seria incluir no texto, expressamente, que se trata de uma questão exclusiva de direito à intimidade e que somente a pessoa que participa do vídeo tem legitimidade para notificar o provedor.

A redação proposta por ele é:


Rená ainda acredita que Molon, que tem se esforçado para dialogar e aprimorar o texto, pode se convencer que o perigo da censura continua presente e acatar essas sugestões. Mas como o relatório já foi lido em plenário, novas mudanças no texto do Marco Civil, agora, só podem ser feitas com a apresentação de emendas votadas em Plenário.  Será preciso preciso mobilizar mais ativistas para trabalhar nesse sentido. Ainda há tempo para o debate no Congresso.


A votação do Marco Civil, que está em urgência constitucional desde agosto do ano passado, deve acontecer, finalmente, na próxima quarta-feira, já que terça haverá uma sessão conjunta com o Senado. Ontem, o presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves, incomodado com o trancamento da pauta, deu um ultimato para a votação do projeto na próxima semana, de qualquer maneira. “Ou o marco civil terá maioria para aprová-lo ou então o jeito será derrotá-lo e reapresentar a mesma proposta, com o carimbo da urgência regimental. Não é o ideal. O ideal é que votemos essa posição, se construa maioria, numa direção ou outra”, afirmou.

O presidente da Câmara minimizou o desentendimento entre as duas maiores bancadas da Câmara, a do PT e a do PMDB, em relação à matéria. Especialmente por conta do princípio de neutralidade de rede.  Para ele, não se pode querer unanimidade nas votações com 22 partidos, nem sequer da própria base aliada. Além disso, segundo Alves, a pauta do governo não é necessariamente a pauta de um partido ou de outro, mesmo sendo da situação.


Via: IDGNow

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Relator conclui leitura em Plenário de parecer sobre o marco civil da internet

Discussão do PL 2126/2011, que
Alessandro Molon: o texto está focado na garantia da liberdade da internet.
O relator do marco civil da internet (PL 2126/11), deputado Alessandro Molon (PT-RJ), apresentou no Plenário da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (12), a última versão de seu relatório ao projeto. Entretanto, por acordo entre as lideranças, a matéria será votada apenas na próxima semana.
Molon explicou as mudanças que fez no texto, muitas das quais já constam da última versão divulgada em dezembro do ano passado. Entre elas, a liberdade dos modelos de negócios promovidos na internet, desde que não conflitem com os demais princípios estabelecidos no projeto, como o da neutralidade de rede. Segundo ele, isso garante a oferta de velocidades diferentes pelos provedores de conexão, mas impede a segmentação de serviços (só e-mail ou só redes sociais, por exemplo).
Confira a íntegra do textoapresentado por Molon nesta quarta-feira.
Quanto ao compartilhamento de dados pessoais dos usuários, Molon esclareceu que o contrato de adesão não será suficiente para permitir o fornecimento desses dados a terceiros, sendo necessária uma cláusula destacada e para a qual haja opção específica permitindo isso.
O relator manteve ainda o dispositivo que remete à legislação de defesa do consumidor as relações de consumo realizadas na internet.
Neutralidade da rede
Com a neutralidade da rede, Molon pretende impedir que haja prioridade para tráfego de dados de empresas ligadas aos provedores de conteúdo ou de conexão em detrimento de concorrentes.

Ele lembrou que vários outros países já regularam esse conceito em suas legislações, citando a Holanda e o Chile. O texto do substitutivo proíbe, na provisão de conexão à internet (paga ou gratuita), o bloqueio, o monitoramento, o filtro ou a análise de conteúdo dos pacotes de dados. Essa ação também é proibida nas atividades de transmissão, comutação ou roteamento.
“Esse princípio [da neutralidade] é um dos mais básicos do funcionamento da internet e deve garantir o livre tráfego de dados entre os computadores ligados à rede, sem pagar nada mais por isso além da velocidade de conexão”, afirmou.
Sigilo empresarial
Em relação às medidas e aos procedimentos de segurança e sigilo, eles devem ser informados pelo responsável pela provisão de serviços de forma clara e atender a padrões definidos em regulamento. Nesse sentido, Molon acrescentou que terá de ser respeitado o direito de confidencialidade quanto a segredos empresariais.

Armazenamento de dados
No artigo que trata do armazenamento de dados no Brasil (data centers), o relator especificou que a obrigatoriedade de guarda dos dados de conexão e de aplicações de internet deverá considerar o porte dos provedores, seu faturamento no Brasil e a amplitude da oferta do serviço ao público brasileiro. Segundo ele, isso praticamente restringirá a obrigatoriedade aos grandes provedores.

Conteúdos de terceiros
Conteúdos considerados ilegais, como pornografia envolvendo crianças e adolescentes, deverão ser retirados da internet pelo provedor de aplicações (Facebook e outros) após ordem judicial.

Uma das novidades em relação a versões anteriores do texto do marco civil é a possibilidade de uso dos juizados especiais em causas que pedem o ressarcimento por danos causados por conteúdos relacionados à honra, à reputação ou a direitos de personalidade divulgados na internet sem autorização da vítima.
Uso democrático
Molon defendeu a legislação para a internet, que conta com mais de 100 milhões de internautas no Brasil. “O texto proposto está focado na garantia da liberdade da internet, mas também em seu uso democrático”, disse o deputado, referindo-se a mecanismos para coibir o seu uso na espionagem, como foi denunciado no ano passado em relação à presidente Dilma Rousseff e autoridades de outros países.

Ampla participação
O relator recordou todo o processo de condução dos debates em torno do tema, desde seu surgimento no Executivo como anteprojeto, para o qual foram recolhidas milhares de contribuições pela internet, até os debates e as várias reuniões realizadas na Câmara e em outros locais.

Molon agradeceu a diversos deputados pela ajuda que deram na elaboração do texto.

Íntegra da proposta: