Há alguns anos, assisti ao filme Minority Report e fiquei me perguntando se estaria vivo para ver o dia em que a interação entre humanos e computadores fosse algo parecido com o que o filme retratava. Sempre achei que a resposta era um sonoro (e sofrido) não, mas hoje acredito que estava completamente enganado.
Durante os últimos anos, vimos diversas tecnologias mudarem bastante a forma pela qual interagimos com dispositivos computacionais, e vimos ainda estes mesmos dispositivos passarem por transformações gigantescas. A tecnologia evolui com tamanha rapidez, que por vezes temos a impressão de que usamos nossos gadgets há muitos e muitos anos, mas na verdade não faz tanto tempo assim que a coisa começou a ficar interessante.
Basta tentar lembrar o que você carregava no bolso há 10 anos atrás, e vai ver que se fosse um aficionado por tecnologia, você provavelmente teria um celular que tirava foto (e bem mal tirada, por sinal), tocava algumas músicas (ou algo parecido com isso) e tinha lá algumas funções de PDA, que não substituíam de verdade os PDAs “da moda” na época.
Com o aumento da capacidade computacional dos dispositivos e a adoção massiva de telas touch, hoje é super natural interagir com dispositivos através do toque, e já existem algumas iniciativas interessantes de reconhecimento de voz (algumas bem frustrantes, principalmente para quem não fala Inglês de forma nativa).
Muitos desenvolvedores hoje estão preocupados em como adequar suas aplicações não apenas às telas touch, mas também à profusão de sistemas operacionais e dispositivos móveis existentes, e muitos devem estar pensando: o que vem depois disso ? Eu conto. O que vem pela frente é o Perceptual Computing.
As interfaces homem máquina deverão mudar drasticamente nos próximos anos e esta mudança começa agora. Com a utilização de câmeras especiais, que além de capturar imagens em alta definição capturam ainda imagens em infra vermelho (possibilitando a leitura de profundidade), associadas a poderosos microfones com capacidade de identificação da direção de onde o som vem, as possibilidades passam a se expandir drasticamente.
O Perceptual Computing traz novas experiências de uso, através de interações entre humanos e computadores, que são capazes de perceber as ações dos usuários de forma natural, imersiva e intuitiva.
Para ter uma ideia do que é possível com esta tecnologia, você consegue detectar sete pontos na face dos usuários (os limites dos olhos, boca e o posicionamento do nariz), e mais sete pontos em cada uma das mãos (as pontas dos dedos, o centro da mão e o punho). Através do tratamento destas informações, o desenvolvedor pode reconhecer inúmeros gestos e associá-los à ações especificas em suas aplicações. Se esta descrição lhe pareceu complicada, basta se lembra de como o Tom Cruise interagia com os computadores no Minority Report e vai ver que está tudo ali, com uma vantagem: Não precisa da luva.
O desenvolvimento de aplicativos com Perceptual Computing é facilitado por um SDK que auxilia a captura e tratamento dos gestos e possui diversas outras funcionalidades que permitem ao desenvolvedor integrar esta nova tecnologia às suas aplicações.
A Intel está organizando no Brasil um concurso chamado "Perceptual Challenge Brasil", que em sua primeira fase irá distribuir câmeras dePerceptual Computing para 30 desenvolvedores que apresentarem as melhores ideias para o desenvolvimento de aplicações usando a tecnologia. Na segunda fase, as melhores aplicações desenvolvidas serão premiadas e divulgadas em diversas ações de marketing da empresa. Para saber mais informações e participar do concurso no site da empresa.
Se você ainda não está convencido, recomendo uma visita a este site (http://intel.ly/109OGV7), que contém muito material técnico e alguns vídeos bem interessantes sobre a tecnologia. Se quiser ir direto para os vídeos de demonstração, este link aqui contém alguns bem interessantes.
Se você também se impressionou com os computadores do Minority Report (que tem pouco mais de 10 anos), vale a pena se informar mais sobre esta tecnologia, afinal de contas, você pode ser o autor do software que vai tirar ela das telas da ficção para os computadores de milhares de pessoas em todo o mundo.
Mãos à obra!
Via: CIO
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