Até o fim do primeiro semestre de 2014, o ministro das Comunicações
(Minicom), Paulo Bernardo, espera fazer o leilão de concessão da
frequência de 700 megahertz (Mhz). “Nós estamos falando em abril. Mas
sempre pode ter uma demora por causa da consulta pública”, disse o
ministro hoje (30/09), durante evento na Federação das Indústrias do
Estado do Rio de Janeiro (Firjan).
Bernardo admitiu que o governo pretende antecipar as metas da
internet banda larga 3G e 4G. “A nossa ideia é, no [no edital do] leilão
de 700 Mhz, colocar mais uma série de metas, inclusive a antecipação do
3G”.
Isso deverá ocorrer nos municípios do interior que ainda não tenham
esse serviço. Além disso, o ministério quer aproveitar para conectar
todas as cidades com linhas de fibra óptica. A meta de universalização
da internet 3G é 2017.
“Mas nós podemos antecipar um ano, um ano e meio”, declarou o
ministro das Comunicações. Para 4G, a meta permanece sendo 2019. Nessa,
disse que “não vamos mexer”.
A frequência de 700 Mhz está sendo trabalhada com mais cuidado
porque, hoje, ela é usada por televisão, setor de grande penetração e
força política, presente em 97% dos domicílios brasileiros, disse o
ministro. “Mais uma vez, o foco vai ser voltado para a implantação de
infraestrutura”.
Com a obrigação de antecipação do 3G, o atendimento será feito no
Brasil inteiro em 2014 ou 2015. Pelos cálculos do ministro, cerca de 1,5
mil municípios não contam com rede de fibra óptica e em 200,
localizados em plena Floresta Amazônica e em outros locais de difícil
acesso, o serviço não deverá chegar nunca. Terão de ser cobertos por
satélite.
Lembrou ainda que quando foi feita a licitação para a internet de
banda larga 4G, as empresas vencedoras levaram a obrigação de fazer
telefonia e internet na área rural.
O ministro admitiu que poderão vir a ser incluídas metas exclusivas
para empresas nos serviços de banda larga, em atendimento a pleito
formulado pela Firjan. Embora isso não tenha sido o foco do ministério,
ele disse que está aberto a discutir e examinar a questão. “Combinamos
de ter uma conversa lá em Brasília para entender melhor e ajudar. Não
temos problema algum com isso”.
Segundo o ministro, o serviço de telecomunicações, englobando
telefonia e internet de banda larga, é hoje “absolutamente
imprescindível”. Reconheceu que o Brasil ainda precisa avançar muito
nesse campo e frisou que a meta principal no país, no momento, é
garantir o acesso domiciliar. A meta é atingir, até o final de 2014, 70%
dos domicílios brasileiros, o que representa cerca de 42 milhões ou 44
milhões de casas.
O ministro destacou outra questão importante, que se refere à chamada
“guerra dos postes”, ou seja, a disputa pela ocupação, no espaço
urbano, para usar a infraestrutura disponível. “As empresas passam um
cabo novo, desativam o cabo anterior, mas deixam ali para guardar lugar,
para inibir a competição e o direito de passagem”.
Via: computerworld
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