A moeda digital bitcoin teve grandes conquistas em 2016, tendo
atingido o valor de R$3.699 no dia 28 de Dezembro, o maior preço da
história, segundo o MercadoBitcoin.com.br, empresa que opera moedas digitais no Brasil.
No fim do ano passado, o valor de todos os Bitcoins somados chegou a
16 bilhões de dólares. Existem hoje 16 milhões de moedas em circulação
no mercado, e elas chegarão a um total emitido de 21 milhões em 2033,
avalia a casa de câmbio.
A principal característica que gera valor ao Bitcoin é sua
escassez. Assim, a vontade das pessoas de comprar ou vender Bitcoins é o
que determina seu preço.
O CEO da companhia, Rodrigo Batista, avalia algumas das principais
variáveis que podem afetar a procura e, por consequência, o preço da
moeda em 2017. Confira a seguir:
1 – Donald Trump na presidência dos EUA
Em dezembro, quando o Bitcoin estava na casa dos 700 dólares o banco
de investimento Saxos publicou um artigo em que diz que as medidas
econômicas sinalizadas por Donald Trump podem aumentar o déficit e a
inflação nos EUA. Como o Bitcoin é imune a políticas monetárias de
países, ele seria visto como uma alternativa de proteção. Segundo o
banco, este fator poderia elevar o Bitcoin para 2100 dólares até o fim
de 2017. No início deste ano ele já está sendo negociado a mais de 1000
dólares.
2 – Avanços técnicos na tecnologia do Bitcoin
No dia 3 de janeiro, os programas que formam o bitcoin completaram
oito anos. Ou seja, ele é uma tecnologia ainda bem nova e em evolução.
Pela novidade, ele ainda enfrenta diversos desafios técnicos, sendo que o
principal deles é a capacidade limitada de processamento de pagamentos.
Hoje a tecnologia consegue processar sete transações por segundo na
melhor das hipóteses. A título de comparação a Visa pode processar mais
de 50 mil transações por segundo.
Neste ano são esperados dois avanços técnicos no bitcoin. Um chamado
SegWit, que visa diminuir o tamanho das informações trocadas nos
pagamentos e, por consequência, aumentar o número de pagamentos
possíveis por segundo. O outro é chamado Lightning Network, que é mais
ambicioso e pretende remover o limite de transações.
3 – Índia, China e Venezuela
Populações de países cujas políticas econômicas e monetárias afetaram
a moeda em circulação, estão tendo uma alta demanda na procura por
bitcoins. Em novembro último a Índia proibiu e retirou do mercado as
suas cédulas de valores mais altos, a China vem impondo nos últimos anos
regras mais rígidas de controles de capitais e a Venezuela despedaçou
sua economia. Nos três casos houve uma corrida intensa por bitcoins que
pode se intensificar em 2017.
4 – Bitcoin negociado em Bolsa de Valores
Os irmãos Winklevoss, que ficaram famosos por terem processado o
criador do Facebook, Mark Zuckeberg em briga pela paternidade da rede
social, são dois dos maiores entusiastas de bitcoin. Ao ponto de há dois
anos terem solicitado a criação de um produto de investimento para ser
negociado em bolsas de valores, o chamado Bitcoin ETF. Espera-se que a
CVM dos EUA dê sua resposta neste ano de 2017. Caso aprovado, o
resultado prático deste produto é que será possível investir em bitcoins
via Bolsa de valores nos EUA. O impacto potencial da aprovação deste
produto sobre o preço do bitcoin e sobre a legitimidade da moeda é visto
como enorme.
Via: IDGNow
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