A Samsung foi pega inflando resultados de seu mais novo smartphone, o
Galaxy Note 3, em vários benchmarks (aplicativos para teste de
desempenho) populares. A descoberta foi feita por Ron Amadeo, editor de reviews no tradicional site de tecnologia Ars Technica.
Tudo começou quando, ao submeter o Galaxy Note 3 a uma bateria de
benchmarks, Amadeo notou que os resultados eram bastante superiores aos
de um concorrente, o LG G2, que usa o mesmo processador e portanto
deveria ter desempenho similar. Intrigado, o editor resolveu investigar
usando um utilitário para monitorar o comportamento dos quatro
processadores do Galaxy Note 3 durante os testes.
Foi aí que o "truque" foi descoberto. Amadeo notou que sempre que um
app de benchmark popular era aberto o Galaxy Note 3 elevava a frequência
dos processadores para o máximo (2.3 GHz), e a mantinha nesse nível até
o app ser fechado. Ou seja, o processador é "turbinado" durante os
testes. Isso não condiz com o comportamento do aparelho no dia-a-dia,
onde a frequência do processador varia naturalmente de acordo com vários
quesitos, como o nível da bateria, a temperatura do chip e as
necessidades do aplicativo em uso.
Amadeo também descobriu que há no sistema do Galaxy Note 3 uma lista
identificando explicitamente, por nome, quais aplicativos devem receber
uma "forcinha". A lista inclui praticamente todos os apps de benchmark
populares como o AnTuTu, Geekbench, Quadrant, Linpack, GFXBench e
Nenamark, entre muitos outros.
Como a detecção dos aplicativos é feita pelo nome, foi fácil driblar o
truque da Samsung: Amadeo modificou uma cópia do Geekbench 3, mudando
seu nome para Stealthbench para que não fosse detectado pelo sistema. E
os resultados dos testes mostraram o impacto da mudança: quando
turbinado o Galaxy Note 3 consegue resultados 20% superiores aos que
obtém sem o truque. Em alguns testes específicos, como o Linpack, a
diferença pode ser de até 50% a mais.
Não foi a primeira vez que a Samsung foi pega com a boca na botija. Brian Klug e Anand Lal Shimpi, do Ars Technica, descobriam no final de julho
que em certas versões do Galaxy S4, equipadas com o processador Exynos 5
Octa, a frequência da GPU era "travada" a 533 MHz durante os testes de
desempenho gráfico, mas que durante jogos ela era limitada a 480 MHz, o
que resulta em menor desempenho "no mundo real" do que o indicado pelos
benchmarks.
Na época a Samsung se defendeu alegando que durante jogos, que são
usados por mais tempo que benchmarks, a frequência é reduzida para
evitar problemas com superaquecimento e aumentar a longevidade da CPU. A
Samsung ainda não se pronunciou sobre a descoberta do Ars Technica.
Via: IDGNow
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