sexta-feira, 31 de março de 2017

A obsessão do Facebook com o 'Stories' é uma ameaça ao Snapchat?

No passar de cinco semanas, o Facebook copiou um formato inaugurado pelo Snapchat e o introduziu em todos os seus três aplicativos mais usados: WhatsApp, Messenger e o aplicativo móvel do Facebook.
“Stories”, uma ferramenta que permite compartilhar fotos e vídeos em um feed que “desaparece” após 24 horas, chegou ao Instagram em agosto e agora é lançado no Facebook.
Com o recurso promovido e distribuído em toda a família de apps da companhia, a "Snapficação" do Facebook agora está completa. 
A empreitada da companhia de Mark Zuckerberg foi claramente encorajada pelo sucesso do Instagram Stories, que conquistou cerca de 150 milhões de usuários diários - batendo o número total do Snap quando este abriu sua oferta pública no início deste mês. 
O Facebook agora está tentando replicar esse sucesso com um alcance que não tem precedente. O app móvel do Facebook possui 1,74 bilhão de usuários ativos mensais e 1,15 bilhão de pessoas acessam o Facebook via dispositivos móveis todos os dias, de acordo com a própria companhia. O WhatsApp possui mais de 1,2 bilhão de usuários mensais ativos e o Messenger ultrapassou 1 bilhão de usuários mensais em julho e o Instagram alcançou 600 milhões de usuários ativos mensais em dezembro. 
O Facebook se sente confortável com copycatting (se funcionar) 
A companhia não é nenhuma estranha a copiar seus concorrentes. Vale lembrar que a rede social também “se inspirou” em recursos que ficaram populares pelo Twitter, Periscope e outros. Mas o Snapchat conseguiu a atenção suficiente ao ter sido o mais agressivamente copiado pela companhia que tentou e não conseguiu comprá-lo por US$ 3 bilhões há quatro anos.
“Como um usuário eu penso que é ruim e eu penso que é uma estratégia ruim de negócios quando você está literalmente copiando recursos como um mecanismo de defesa, mas por outro lado há uma propensão crescente de que pessoas gostam de se comunicar desta forma”, disse Adam Kleinberg, CEO da agência de publicidade Traction. 
O Facebook tem concentrado esforços, particularmente nos últimos dois anos, em direção a vídeos, algo que reforça que vídeos se tornarão uma forma cada vez mais dominante de comunicação, de acordo com Kleinberg.   
O Stories está se tornando uma extensão natural dos vídeos em um ambiente social.
“Um dos grandes atrativos dos vídeos no Snapchat é que eles desaparecem. Eles não precisam parecer bons, eu não preciso estar bem. Eu posso ser eu mesmo”, e isso resolve muitas das preocupações dos usuários ao compartilhar muito sobre suas vidas pessoais, reflete Kleinberg.
“Eu penso que isso abre uma porta para as pessoas transmitirem momentos de sua vida de uma forma mais aberta. Eu acredito que é uma ótima ferramenta social para pessoas descobrirem e gostar de usarem”.
Para ele, o Facebook pode até atrair um grande volume de usuários mais velhos do Snapchat, mas a companhia ainda não fez muito para atrair o público mais jovem que tem dedicado horas no Snapchat. 
Kleinberg diz que a onipresença do Stories vai se tornar um grande atrativo para o Facebook, mas há um retorno significativo para os usuários que não têm uma grande rede de seguidores em cada aplicativo. 
Embora o Facebook tenha jogado luz ao Stories em um método aparentemente idêntico em todas as quatro das suas principais plataformas, a publicação cross do recurso entre esses aplicativos não é possível. 
"Até certo ponto isso está prejudicando os usuários", diz Kleinberg. "É meio irritante que eu tenha que olhar em volta de todos esses aplicativos se eu quiser consumir os feeds de vídeo da minha rede."
De várias formas, a lógica do Facebook ao fazer do recurso praticamente igual em todos os quatro aplicativos é menos importante do que o resultado. 
A companhia está simplesmente fazendo de tudo para conter o crescimento do Snapchat e remover os pontos mais óbvios de diferenciação entre o Snapchat e a família de aplicativos do Facebook.
“Quando você olha o crescimento massivo de anúncios que o Facebook está experimentando, eu penso que é difícil descrever isso como desespero. Eles estão claramente vencendo”, diz Kleinberg. “Eu penso que a ambição deles é insaciável. Orgulho e invenção não é necessariamente um valor central aqui. Eles veem que o valor inerente é o gráfico social… É parte de uma jogada típica do Facebook a essa altura”. 

Via: IDGNow

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