terça-feira, 14 de julho de 2015

DARPA quer lançar Cubesats de avião

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Um ponto bem interessante na boa novela Ghost Fleet, de P. W. Singer e August Cole é a dependência que as grandes potências tem de sistemas de comunicação, satélites de navegação e outros equipamentos eletrônicos. Sem GPS as forças armadas praticamente engatinham. Isso gera um problema, se esses satélites forem destruídos.
A reposição não é simples, um satélite desses leva anos para ser construído e custa uma fortuna, e o inimigo não espera. Não há como empatar US$ 500 milhões por cada satélite GPS de 3ª Geração e deixar encaixotado. Lançamento então requerem foguetes caríssimos e meses de preparação. Um lançamento de GPS, somando todos os custos fora satélite sai hoje por volta de US$ 300 milhões.
Como não é viável manter uma estrutura dessas em tempo de guerra o DARPA está pensando em alternativas vem baratas, usando cubesats e similares. Só que cubesats decolam como carona em lançamentos de satélites de verdade.
Feitos para exercer uma única função, e por pouco tempo, os cubesats não precisam de toda a cara tecnologia dos satélites comuns. Se os russos/chineses/melhor-coreanos quiserem gastar um míssil de US$ 30 milhões para destruir um satélite de US$ 100 mil, azar.
A solução está vindo da mão desta dona aqui:
melroy
Ela é a Coronel Wilma Deering Pamela Melroy, voou em 3 missões e comandou o Ônibus Espacial. Em 2013 ela se juntou ao DARPA, comandando o Escritório Tático de Tecnologia. Lá, de olho nos problemas já listados, estão desenvolvendo o ALASA — Airborne Launch Assist Space Access.
O projeto quer criar um sistema de lançamentos que em essência é o mesmo do Pegasus da Orbital:
Lockheed_TriStar_launches_Pegasus_with_Space_Technology_5
Um avião provê altitude e velocidade para um foguete, que então é lançado, colocando o satélite em órbita. É tão barato que até o Brasil usou pro lançamento de um de seus satélites.
O DARPA quer utilizar um F-15 decolando de uma pista normal, colocando em órbita satélites pequenos. Isso tornaria os lançamentos virtualmente stealth, não há como o inimigo rastrear todos os vôos. E o custo cairá muito, um lançamento no modelo novo sairá por US$ 1 milhão e poderá ser organizado em menos de 24 h.
ASAT_missile_launch
Lançamento de um míssil anti-satélite ASM-135 ASAT, que deve ser a maior redundância em siglas da história das siglas militares.
O projeto prevê uma série de testes de validação via um sub-projeto chamado SALVO — Small Air Launch Vehicle to Orbit. Lançarão cubesats até o final do ano, depois partirão pro projeto de verdade:

Agora a parte divertida: não se sabe se o equipamento já foi testado ou não. Se foi a parte stealth do projeto funciona muito bem, ninguém reparou um F-15 decolando de alguma base com um míssil provavelmente pintado de cinza igual um tanque externo qualquer, e se isso enganou os fãs chatos que estalkeiam bases aéreas, engana qualquer inimigo curioso.
Se deu certo tem muita gente respirando aliviado, a demonstração chinesa de que detinha capacidade de destruir satélites em 2007 não foi nada divertida, e de lá pra cá até a Índia tem projetos nessa área. Claro, nenhum deles é tão expert em destruir satélites quanto o Brasil…
Fonte: Meiobit

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