Quando a Apple apresentou seu “revolucionário” sistema de pagamentos,
ela deixou bem claro que não só buscaria facilitar a vida dos usuários
ao fazer do iPhone a única carteira que o usuário precisaria carregar,
como também lacraria o PayPal, seu principal concorrente do lado de
fora. A opção de restringir o uso do NFC também
tem como objetivo manter a operadora de crédito longe do iOS, mas nem
sempre Cupertino a via com olhar torto. Originalmente a “opção de
pagamento preferida” da Apple para o recurso, tudo mudou por conta de um
acordo com a Samsung.
Ao construir o Apple Pay, a maçã costurou acordos com todas as
grandes operadoras de cartão de crédito e inúmeros estabelecimentos,
refletindo algo que o Matheus já apontou: o Google Wallet, que está em operação desde 2011 nos Estados Unidos (e lá ele funciona de verdade)
se provou um bom negócio, e isso levou a mais empresas aderirem ao
Apple Pay, aliando o fato de saberem que o sistema é prático e
lucrativo como obviamente o marketing de ser uma empresa que trabalha
junto com a Apple ajuda também. Cupertino vai colher os frutos de três
anos de trabalho de Mountain View, isso é fato e já está ocorrendo.
Só que o PayPal assumiria originalmente uma posição de destaque nessa jogada. O sistema de pagamentos de fato negociou com a Apple sua entrada no Apple Pay,
e de fato ele seria “a opção de pagamento preferencial” do sistema.
Convenhamos, pagamentos online fazem muito mais sentido com um serviço
web do que cadastrar seu cartão de crédito. Só que um passo errado do
PayPal pôs tudo a perder: o acordo com a Samsung quando do lançamento do Galaxy S5.
Ao permitir que o principal concorrente do iPhone contasse com um
recurso de pagamento fazendo uso do sistema de biometria do aparelho (copiado do Touch ID, não há discussão neste ponto),
o PayPal acabou enfurecendo a Apple de tal forma que todas as
negociações foram interrompidas e o serviço foi de fato chutado do Apple
Pay. Hoje o serviço é persona non grata na Apple e o fato de lacrar o NFC tem muito a ver com isso: Cupertino não quer que o Apple Pay converse com o PayPal. At all.
O pior é que a decisão da parceria com a Samsung foi um erro
estratégico causado por pressão de cima: o CEO do eBay John
Donahoe forçou o presidente do PayPal David Marcus a fechar o acordo.
Marcus sabia muito bem que a Apple não deixaria barato e resistiu o
quanto pôde, mas Donahoe ganhou a briga e deu no que deu. No fim das
contas, essa pressão foi um dos motivos que levaram o executivo a deixar
o PayPal em junho: hoje David Marcus está no Facebook.
Via: Meiobit
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