Uma
mancha vista no Sol nesta quinta-feira (23) pode causar interferências
nos sistemas de telecomunicações e afetar pesquisas científicas. Segundo
o astrônomo Nelson Travnik, do Observatório Astronômico de Piracicaba
(SP), o fenômeno é cíclico, acontece em períodos de 11 anos. Sinais
semelhantes foram vistos pela última vez em 2003, disse A mancha solar
poderá ser observada até o final deste mês.
"Essas manchas estão
associadas às explosões que acontecem no Sol, algumas delas provocam,
dependendo da intensidade da radiação, o que conhecemos por aurora
boreal, aquele efeito de luzes coloridas no céu", explica. "Quanto aos
prejuízos, se as radiações solares, resultantes das explosões estiverem
na direção do planeta Terra, elas podem ser nocivas à transmissão de
informações por aparelhos eletrônicos e à radiocomunicação como um
todo", afirmou Travnik.
Para
Claudio Bastos Pereira, da coordenação astronômica do Observatório
Nacional (ON), órgão vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e
Inovação (MCTI), manchas no Sol "aparecem todos os dias". No entanto,
ele também afirma que dependendo da intensidade das atividades solares
os efeitos podem ser sentidos na Terra. "Quanto maiores as
protuberâncias geradas e as quantidades de partículas lançadas no
espaço, maiores as chances de ocorrerem interferências. Até aparelhos
eletrônicos comuns podem sofrer algum problema", disse.
De acordo
com estimativa do Observatório Astronômico de Piracicaba, a mancha tem
aproximadamente 381 mil quilômetros de extensão. "Ela é gigantesca. É
250 vezes maior que o diâmetro da Terra", afirmou Travnik. Segundo ele, o
tamanho da mancha pode ser comparado à distância entre a Lua e a Terra,
cerca de 384 mil quilômetros.
Natureza
Travnik explica que o surgimento de manchas pode ser observado também por meio de sinais na natureza. Um exemplo disso é que a atividade solar, quando atinge seu grau máximo, fica "registrada" nos anéis dos troncos de árvores centenárias, que marcam todos os picos de ação do sol durante os ciclos de vida.
Ele
reitera que o sol passa, neste momento, por um período de grande
produção de radiação. "E mesmo neste período de grande atividade, não é
comum se ter uma mancha de tamanha proporção como essa".
Horário especial
Por causa do horário de verão, o Observatório Astronômico de Piracicaba passa a receber visitas da população em horário especial aos sábados, das 17h às 22h. A entrada é gratuita. Não é necessário agendamento. Visitantes podem observar os astros, ao vivo, além de participar de sessões de vídeo e exposição de fotos sobre o “Telescópio, o grande Olho da Humanidade”. O Observatório fica no km 3 da Rodovia Fausto Santomauro (SP-127) que liga Piracicaba a Rio Claro.
Via: G1
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