Os usuários estão usando maisstreaming do que nunca, nenhuma novidade por ai, o Netflix aumentou sua base de usuários de vinte para cinquenta milhões de assinantes em 2014. Não deveria ser surpresa nenhuma que a disputa pela banda de dados não aconteceria sem consequências para as empresas destreaming ou para os provedores.
A coisa toda degringolou quando a Netflix começou a mostrar mensagens dando nome aos bois, no caso a Verizon, acusando a rede congestionada desta pela precária qualidade dostreaming que os usuários estavam tendo acesso. A Verizon, claro, não ficou muito contente e mandou um “stop now OR ELSE…” para a Netflix, jogando a culpa dos problemas nos links que a própria Netflix usava para conectar seus servidores a rede da Verizon. A briga continuou com a Netflix dizendo que a Verizon deveria então fazer um upgrade nestes links para resolver o gargalo. A Verizon então jogou a toalha e entregou o jogo, dizendo que a Netflix deveria pagar pelo tráfego entrante na sua rede.
Óbvio. Claro. Transparente.
O problema sempre foi quem pagaria a conta. E a batalha continua…
Os gargalos da internet sempre existiram e estão longe de acabar, principalmente por que a demanda só vai aumentar. Hoje os serviços de vídeo por demanda, como Netflix e YouTube respondem por mais de 50% de todo tráfego de internet na América do Norte e as previsões de empresas como a Cisco estimam que em torno de 2018, o tráfego de vídeo pode comprometer até 80% da banda disponível.
O futuro parece meio tenebroso, mas dá pra fazer alguma coisa? Dar, dá, mas custa caro e alguém tem que pagar a conta. Além de expandir a infra-estrutura, eventualmente tem que existir algum acordo entre os interessados que possibilite a interconectividade sem barreiras das redes, o que eles chamam tecnicamente depeering agreements (ou acordos de interconexão direta), o que envolve muita grana e com certeza aumentos nos valores finais para os usuários.
Soluções mais tradicionais, como fazer cache dos videos mais populares em servidores “dentro da rede” poderiam mitigar um pouco o sofrimento dos backbones, pois o vídeo seria transmitido diretamente para o usuário de um ponto mais próximo fisicamente. Outras coisas tecnicamente interessantes como bitrate de video adaptativo, o que adapta a qualidade do vídeo de acordo com a banda disponível e compactação otimizada já são usadas hoje, mas ainda poderiam ser melhor desenvolvidas, através de novos codecs de vídeo e áudio.
Enquanto essa briga de cachorros grandes continua, podemos apenas esperar pelo melhor e nos preparar para o pior.
Via: Meiobit
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