segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Entrevista de emprego por vídeo: será que funciona?


É verdade, a tecnologia vem mudando também os processos de recrutamento e seleção. O uso de ferramentas de videoconferência (como o Skype) para entrevistar candidatos a distância é cada vez mais frequente. A Otávia já se acostumou com a dinâmica; ela passou por diversas entrevistas virtuais – algumas inclusive com empresas de fora do país. Ela diz que assim como qualquer entrevista de emprego, é preciso se preparar e, mais do que isso, transformar sua casa em um ambiente formal para receber – mesmo que virtualmente – o profissional que irá lhe entrevistar.


"Eu deixo sempre papel, caneta e currículo à mão para tratar com a pessoa como se fosse aqui", diz Otávia Bortoti, advogada.

"A preparação é a mesma utilizada em uma entrevista presencial, só que com alguns cuidados extras: o candidato vai ter de cuidar do equipamento que vai utilizar, da iluminação do ambiente, vai ter fazer um teste antes e cuidar da organização. A roupa também deve ser a mesma que seria usada numa entrevista presencial", analisa André Ribeiro, consultor de mercado da Produtive.


"Quando eu tenho essas entrevistas, o nervosismo é sempre quanto à tecnologia; eu testo o Skype e a câmera antes porque quando eu não testei previamente ela não funcionou", conta Otávia.

Na opinião dos headhunters e profissionais de RH, a entrevista presencial ainda é muito importante na fase decisiva do processo seletivo, mas as entrevistas em vídeo já dominam boa parte das fases iniciais do recrutamento de profissionais. Interessante é que essa conversa virtual já acontece em todos os níveis, do estagiário ao diretor. E, segundo análises do mercado, a prática otimiza o custo e tempo gasto no processo de seleção em até 70%.


"Olho no olho ainda é a chave do processo. Não tem como fazer um processo seletivo todo por não presencial. Na nossa experiência de 18 anos, eu já vi casos de empresas fora do país em que as entrevistas foram todas por telefone ou videoconferência, salvo a proposta final. Então é uma tendência que vem acontecendo", diz Rafael Souto, CEO da Produtive.


"O vídeo é a fase eliminatória: se eu não for bem, não chego no olho no olho. Se acostumar a usar vídeo como ferramenta de comunicação, é uma qualidade necessária para um profissional contemporâneo", completa Souto.

"Muitos recrutadores gastam 15 segundos na leitura de um currículo; um vídeocurrículo se estende muito mais, então a praticidade não vai ser a mesma", diz André Ribeiro.

"Em oito minutos, você tem tudo daquela pessoa. Então não tem aquele negócio do "ah, fluente em inglês", mas quando você chama a pessoa, vê que as aparências enganam. É uma entrevista real de emprego. Venha preparado porque se você errar ou gaguejar, vai ficar gravado no filme. Isso não edita candidato, não é uma fábrica", explica Patrícia Russo, CEO da TV.CV.WEB.

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