Via Twitter, em pleno domingo, a presidente Dilma Rousseff informou
ter determinado ao Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) a
implantação de um sistema de correio eletrônico que proteja as mensagens
oficiais.
"Determinei ao Serpro a implantação de sistema seguro de e-mails
em todo o governo federal. Esta é a primeira medida para ampliar a
privacidade e a inviolabilidade de mensagens oficiais. É preciso mais
segurança nas mensagens para prevenir possível espionagem", tuitou a
presidente em três mensagens no microblog.
> Leia também: Certificação digital e e-mails, tudo a ver
A prioridade do governo brasileiro contra a espionagem norte-americana
surgiu a partir das denúncias nos últimos meses feitas pelo
norte-americano Edward Snowden, ex-funcionário de uma empresa que
prestava serviço para o governo dos Estados Unidos. Há denúncias de que
cidadãos comuns de vários países e, inclusive, a presidente Dilma
Rousseff, seus assessores e a Petrobras tenham sido espionados.
Outro alvo de espionagem foi o Ministério de Minas e Energia. Por meio
de sua conta no Twitter, a presidente disse ter determinado também, na semana
passada, ao ministro Edison Lobão uma “rigorosa” avaliação e o reforço
da segurança desses sistemas".
A implantação de um sistema de correio eletrônico capaz de proteger
as mensagens do governo terá início em novembro, segundo informou nesta segunda-feira (14/10) o
ministro das Comunicações, Paulo Bernardo. O serviço ficará a cargo do Serviço Federal de Processamento de Dados
(Serpro), que desenvolve um programa de computador (software) há algum
tempo, chamado Expresso.
Na última quinta-feira (10/10), Paulo Bernardo foi chamado pela
presidente Dilma para uma reunião, na qual manifestou o interesse em expandir o
sistema. Em um primeiro momento, o novo e-mail será obrigatório para
todos os órgãos da administração pública federal.
“A presidente Dilma pretende fazer disso [a adoção do sistema de
correio eletrônico desenvolvido pelo Serpro] uma regra na administração
pública federal. Vamos transformar a determinação em um decreto a ser
assinado por ela. O Serpro, inclusive, está fazendo a revisão do
programa do computador, para apresentar uma versão nova. Em novembro,
provavelmente, ele estará operacional”, disse hoje o ministro Paulo
Bernardo.
De acordo com o ministro, o decreto ficará pronto hoje. “Claro que
temos de ver a agenda da presidente [para agendar a assinatura], e claro
que a Casa Civil vai querer examinar o teor do decreto. Mas acredito
que ele deve ser assinado nos próximos dias. Se for a decisão dela, há
condição de ser assinado esta semana”.
Além de maior segurança troca do sistema atual de e-mails _ o atual é
fornecido pela Microsoft _ vai proporcionar economia para os cofres
públicos. A constatação levou o ministro Paulo Bernardo a conversar,
com a ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão, Miriam Belchior,
sobre o uso de pelo menos parte dos recursos economizados para
investimentos na melhoria deste e de outros sistemas desenvolvidos pelo
Serpro.
Para dar mais segurança à comunicação entre seus órgãos, o governo
pretende usar principalmente a rede da Telebras. Mas poderá usar,
também, outras redes públicas, como a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa
(RNP), a da Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social
(Dataprev), e a do próprio Serpro.
“Vamos fazer uma combinação das redes e montar uma mais segura para o
governo. Temos redes que vamos integrar. E tem lugares onde não existe
rede. Então, teremos de construir mais para suprir isso”, acrescentou o
ministro.
A implantação será feita na medida em que os órgãos estejam prontos do
ponto de vista técnico. Um dos primeiros a adotar o novo sistema será o
Ministério das Comunicações. “Isso deve acontecer nos próximos dias
porque estávamos nos preparando. Para os outros ministérios, estamos
propondo que o Ministério do Planejamento faça um calendário. A
presidente quer tudo concluído até o segundo semestre do próximo ano.
Temos, então, praticamente um ano para fazer a implantação gradativa”,
informou Paulo Bernardo.
“Nós julgamos que teremos, como vantagem, a de cumprir com as
obrigações de país civilizado e não deixar que as contas de e-mails
sejam devassadas e invadidas. Até porque uma das coisas fundamentais em
correspondências, inclusive das correspondências eletrônicas, é que as
pessoas tenham direito a ter uma comunicação com privacidade e com
proteção de sigilo”, acrescentou.
Via: IDGNow

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