quarta-feira, 17 de abril de 2013

Netflix trocará Silverlight por HTML 5, com DRM, assim que possível


Com o HTML 5 estamos vendo uma mudança na forma como os navegadores lidam com conteúdo. Há uma corrida pelo fim da dependência de plugins. As especificações do HTML ficaram mais potentes, suportam mais recursos e todos os fabricantes de navegadores as implementam corretamente - ao menos em teoria. Com isso um mesmo site pode funcionar em toda sorte de dispositivos: nos mais variados navegadores de PCs, smartphones, tablets, TVs e qualquer outro tipo de aparelho que possa surgir no futuro.
O Flash, extremamente popular na web há alguns anos, já teve seu fim decretado oficialmente no ramo mobile. Ele nunca foi liberado para iOS por pressão da Apple, e a Adobe descontinuou o plugin do mesmo para Android há algum tempo (não confunda o plugin do Flash Player no navegador com a ferramenta de criação Flash, que pode servir para criar apps). Um site que quer atingir todos os públicos com uma mesma base de código definitivamente não pode depender do plugin do Flash.
Um outro plugin para vídeos e conteúdo dinâmico tentou ganhar espaço há alguns anos: o Silverlight, da Microsoft. Seu uso nunca chegou aos pés do Flash, mas ele tinha alguns méritos e grandes clientes corporativos. Só que foi sendo abandonado também a favor do HTML 5.
Hoje um dos grandes grupos que ainda trabalham com o Silverlight é a Netflix, serviço de streaming de filmes. O plugin da Microsoft oferece um bom desempenho, pegando a melhor fonte do vídeo para oferecer a melhor qualidade sem interrupções. Mas um fator crítico que a Netflix e tantos outros distribuidores de conteúdo querem é DRM: um sistema de proteção de conteúdo, para evitar (ou dificultar) que o streaming seja capturado e redistribuído. Isso o Silverlight também domina.
Com o aparente abandono do Silverlight e falta de suporte a mais plataformas, a Netflix está apostando no HTML 5, mas ainda há muitos problemas. Na sua forma atual o HTML 5 não oferece nenhum tipo de proteção DRM. Há rascunhos em desenvolvimento para suportar a proteção, por meio de extensões (HTML5 Premium Video Extensions). A ideia é criar um padrão com APIs comuns, que possam ser usadas por todos os navegadores.
Uma primeira implementação dos recursos está sendo feita no Chrome OS, sistema que a Netflix pretende suportar nativamente. Os três grandes responsáveis pelo suporte são as "extensões" do HTML 5: Media Source Extensions (MSE), Encrypted Media Extensions (EME) e Web Cryptography API (WebCrypto).
Como provavelmente serão dadas como padrões da web, não deve demorar muito para serem inclusas nos outros navegadores assim que finalizadas. Aí a Netflix largará de vez o Silverlight, podendo rodar seus vídeos diretamente nos navegadores. Fica aí também uma esperança (sem confirmação) de que o serviço funcionará no Linux.
Há alguns detalhes no blog da Netflix. Uma vez desenvolvidas as extensões do HTML 5 poderão ser usadas por qualquer um, não é algo exclusivo de uma empresa ou outra.
Os produtores de conteúdo exigem DRM, mas na prática nem é tão difícil assim obter os vídeos transmitidos via streaming. Diversos aplicativos capturam regiões da tela, podendo pegar perfeitamente o que é visível no monitor a uma taxa de quadros aceitável . Pode não ser a mesma da fonte, mas quem quer mesmo salvar o vídeo normalmente não se preocupa com isso. Nesse sentido o esforço para colocar DRM em streamings parece bastante ineficiente, o que não deve mudar com a implementação da proteção no HTML 5.

Via: Hardware

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