Os smartphones estão melhorando em itens como resistência, duração da
bateria e no desempenho em funções como acesso à internet e
touchscreen. É o que aponta levantamento feito pela Proteste —
Associação de Consumidores que comparou o desempenho de 42 modelos das
seis marcas líderes de mercado — Apple, LG, Motorola, Nokia, Samsung e
Sony. Do último levantamento, realizado em 2010 para o atual, o número
de aparelhos não recomendados caiu de 52% para 40% do total testado.
Agora, 25 são tidos como bons.
— A cada teste temos comprovado
avanços na qualidade e na quantidade de funções e na resistência dos
aparelhos. As empresas têm investido na durabilidade das telas,
principalmente pelo avanço da tecnologia touchscreen. Há aparelhos em
que único botão é o de “liga e desliga”, todos os demais comandos são
dados na tela — destaca Carlos Eduardo Martins Vieira, técnico da
Proteste.
A partir do resultado dos testes, a associação montou um ranking dos
aparelhos, sendo os cinco primeiros colocados Samsung Galaxy S III 16GB,
Motorola Razr Maxx XT 910, LG Optimus 4X HD P 880, Motorola Razr XT 910
e Apple iPhone5 (16GB), nesta ordem. E as cinco piores colocações foram
dos smartphones — Samsung Galaxy Y, LG C660, Samsung Galaxy Y Pro Duos
GT-B5512, Samsung Galaxy Y Duos S6102 e LG Optimus L3 Dual SIM E 405
(confira a tabela ao lado e o resultado integral no site da Defesa do
Consumidor).
Assistência ainda é problema
Segundo
Fabiano Estellita, diretor técnico da Veus Technology, embora
resistência não seja a meta primordial das empresas do setor, o fato de
os smartphones terem se tornando um objeto de uso intensivo e os preços
dos aparelhos chegarem a R$ 2 mil forçaram uma melhora da durabilidade:
—
Houve uma melhora nas características físicas dos aparelhos, mas não
vejo isso como foco. O mercado foi obrigado a melhorar devido às queixas
de consumidores. Quem não conhece, pelo menos três ou quatro pessoas
que tiveram a tela do smartphone quebrada. Os custos do aparelho e do
próprio plano de dados das operadoras tornaram essa melhora de
resistência quase obrigatória.
As vendas de smartphones no Brasil
dispararam 78% em 2012 na comparação com o ano anterior, para 16 milhões
de unidades. A participação dos smartphones no mercado de celulares
saltou de 13% para 27%. E apesar da melhora da qualidade apontada pelo
levantamento da Proteste, no caso dos smartphones, os celulares
continuam no topo do ranking de reclamações de produtos em diferentes
entidades de defesa do consumidor. Para Maria Inês Dolci, coordenadora
institucional da associação, o maior responsável pelas queixas é a
assistência técnica e o fato de a garantia do produto não funcionar como
deveria:
— Há cidades que nem assistência técnica têm, é preciso
mandar por Correio o aparelho e esperar por um mês, às vezes, pelo
conserto. Além disso, o celular é um produto essencial, muitas pessoas
sequer têm mais telefone fixo. Por esse motivo, entendemos que, quando
ocorre um defeito dentro do prazo de garantia, deve haver a troca pelo
vendedor. Afinal, ele tem um poder de barganha muito maior que o
consumidor para negociar com o fabricante — avalia Maria Inês.
Fabricantes se defendem
Expert
em tecnologia, Estellita diz que muitos consumidores compram celulares
inadequados para os seus perfis e trocam de aparelho desnecessariamente:
—
Antes de comprar um celular, o consumidor deve pensar no que usa no dia
a dia. Muitas vezes, paga-se a mais por funções que não serão úteis,
por modelos mais novos que apresentam avanços pequenos para aquele
perfil de usuário. Essa pesquisa será de grande valia.
Consultada,
a Nokia afirma desconhecer os critérios utilizados no teste da
Proteste. A fabricante critica a falta de clareza sobre os critérios
adotados pela associação e afirma que, na sua avaliação, conveniência é
experiência do usuário ao utilizar o aparelho. Neste sentido, a Nokia
destaca que os aparelhos com Windows Phone são reconhecidos pela
interface amigável e facilidade de navegação. Quanto à resistência, a
empresa argumenta que seus aparelhos são fabricados com materiais
resistentes. Em relação ao quesito uso de GPS, a Nokia não concorda com o
resultado do teste, afirmando que o Nokia Dirigir é um recurso completo
de mapas e navegação gratuita orientada por voz e usando modo offline.
A
LG Electronics afirmou que realiza pesquisas para identificar o que os
usuários querem e incorpora essas alterações a seus aparelhos. A empresa
diz que a sua Central de Qualidade faz testes nos softwares e hardwares
para obter a melhor eficiência.
Já a Motorola Mobility diz que o
resultado do levantamento atesta o compromisso da empresa com o usuário.
A Sony diz que os aparelhos da série Xperia têm tela resistente a
arranhões e antirreflexo. A Apple não se manifestou.
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